Decisão de invalidar adiamento das eleições no Senegal deve ser respeitada - UE

16-02-2024 14:41

Bruxelas, 16 Fev (Inforpress) - A União Europeia (UE) apelou hoje a "todas as partes" no Senegal para respeitarem a decisão do Conselho Constitucional, que invalidou na quinta-feira a decisão do Presidente, Macky Sall, de adiar as eleições presidenciais.

A UE "apela a todas as partes para que respeitem [esta] decisão e façam tudo o que estiver ao seu alcance para organizar as eleições em conformidade com a decisão do Conselho, ou seja, o mais rapidamente possível", declarou Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

A porta-voz recordou que a UE já tinha manifestado preocupação com o anúncio do adiamento para 15 de dezembro das eleições presidenciais, previstas inicialmente para 25 de fevereiro.

Esta "decisão de adiamento teve um impacto significativo na estabilidade e na coesão social do país", afirmou a porta-voz numa conferência de imprensa.

A UE "lamenta a morte de pelo menos três pessoas nas manifestações que tiveram lugar em várias cidades do Senegal, bem como o elevado número de feridos e detenções", acrescentou.

"Tal como as Nações Unidas, a União Europeia apela à realização de investigações e condena o uso desnecessário e desproporcionado da força contra os manifestantes e as restrições ao espaço cívico. Por conseguinte, apelamos a que se esclareçam as condições em que estas pessoas morreram e a que as autoridades garantam as liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de manifestação pacífica", concluiu.

As autoridades do Senegal libertaram 134 membros da oposição e da sociedade civil desde quinta-feira, o mesmo devendo acontecer hoje a outros 90 detidos, avançou o Governo à agência de notícias France-Presse.

As libertações ocorrem numa altura em que se esperava que o Presidente, Macky Sall, fizesse alguns gestos de apaziguamento para pôr fim à crise ligada ao seu anúncio do adiamento das eleições presidenciais, decisão invalidada na quinta-feira à noite pelo Conselho Constitucional.

Inforpress/Lusa

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