São Vicente: Uni-CV realiza conferência para debater Antónia Pusich como primeira mulher de letras de Cabo Verde

22/05/24 18:26

Mindelo, 22 Mai (Inforpress) – A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) realiza na quinta-feira, 23, no Mindelo, uma conferência para abordar a trajectória de Antónia Pusich como a primeira mulher de letras do País.

Conforme informações da universidade, o evento acontece no espaço Camões - Centro de Língua Portuguesa no Mindelo, da Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes (FCSHA), edifício do Liceu Velho, antigo Liceu Gil Eanes.

Pretende-se, conforme a mesma fonte, discorrer sobre vida e obra da escritora cabo-verdiana versando sobre o tema “Antónia Pusich – a primeira mulher de letras cabo-verdiana”.

A conferência será proferida pela investigadora Integrada do Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa (CHAM), Maria de Lurdes Caldas, e moderada pelo professor Valódia Monteiro.

Antónia Gertrudes Pusich, conhecida como “grande escritora, jornalista, música e feminista portuguesa” do século XIX, é, na verdade, natural de Cabo Verde, ilha de São Nicolau, onde nasceu a 01 de Outubro de 1805, como quinta filha de António Pusich, que foi intendente da Marinha e governador-Geral de Cabo Verde.

Foi a primeira mulher que, como jornalista e directora de publicações periódicas, pôs o seu nome no cabeçalho, sem se esconder atrás de um pseudónimo masculino, como até aí outras mulheres o haviam feito.

A escritora fundou e dirigiu os jornais “Assembleia Literária” (jornal de instrução), Lisboa, [1849?]-1851; “Beneficência” (jornal dedicado à Associação consoladora dos aflitos), Lisboa, 1852-1855; e “A cruzada” (jornal religioso e literário), Lisboa, 1858.

Da vasta obra que deixou publicada, destaca-se o poema “Olinda ou A Abadia de Connor Place” (1848) e “Saudade” (1859). Fez teatro e escreveu sobre membros da família real, como “Canto saudoso ou lamentos na solidão à memória do Dom Pedro Quinto” (1861), e até redigiu uma monografia sobre o seu pai, em 1872.

Antónia Pusich colaborou no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro (Lisboa, 1851-1932), tendo sido o primeiro escritor de Cabo Verde, e mulher, a ali publicar, no caso, o poema “Um cipreste”, no seu número de 1854.

LN/CP

Inforpress/Fim

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