Dia de África: Embaixadora de Angola aponta a paz e a estabilidade como principal desafio do continente

25/05/24 15:36

Cidade da Praia, 25 Mai. (Inforpress) - A embaixadora da República de Angola em Cabo Verde, Júlia Machado, enalteceu hoje a importância da juventude reflectir-se sobre a África, ressalvando que o continente tornou-se independente, e que tem a paz e a estabilidade como principal desafio.

“África de ontem não é a África de hoje”, disse a diplomata angolana, enquanto uma das oradoras da conferência “A Paz e a estabilidade em África rumo ao desenvolvimento sustentável”, realizado na Presidência da República, onde esclareceu que “sem paz e sem estabilidade não haverá desenvolvimento sustentável”.

Segundo Júlia Machado, Angola tem responsabilidade acrescida na advocacia na paz e da estabilidade em África, continente que clama “pela união e convencer aos países africanos para as questões da estabilidade e da paz”, marcado actualmente por conflitos entre alguns dos 55 países africanos que poderão comprometer a Agenda 2023 das Nações Unidas e 2063 da União Africana.

Machado fez questão de ressaltar que as lideranças são “fundamentais” para que a África tenha instituições forte e coesas para trabalhar no sentido de tornar o continente uma potência global e de futuro e impulsionada pelos africanos, “um continente que precisa ver um futuro risonho, mediante a participação dos africanos, sobretudo da juventude”.

Angola ocupa a primeira vice-presidência da União Africana, clarificou, acrescentando que este país detém a presidência da região da África Austral e foi eleita membro do Conselho de Paz e de Segurança da União Africana, sendo que o presidente João Lourenço foi designado pela União Africana como o campeão da paz e da reconciliação em África.

Por sua vez o presidente da Plataforma das Comunidades Africanas em Cabo Verde, José Viana, considerou que muito mais que celebrar o Dia Internacional de África, o 25 de Maio é muito mais do que recorrer à data em 1963, sustentado que significa recuar 300 milhões de anos e apresentar um continente vibrante de mais de 1,2 bilhões de pessoas.

“É enaltecer a Unidade Africana, ponderar a retoma das relações diplomáticas e comerciais entre os povos africanos, sobretudo celebrar a liberdade. Dia da Libertação da África e celebrar a fundação da OUA, abraçar e modernizar a União Africana, criando sub-regiões e celebrar a paz, a estabilidade, o desenvolvimento sustentável, boa governação para tornar melhor a África”.

A cerimónia em saudação ao Dia da África na Presidência da República iniciou-se com uma homenagem ao embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, falecido na sexta-feira na Cidade da Praia, “vítima de ataque cardíaco”.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas estabeleceu o dia 25 de Maio como o Dia de África ou o Dia da Libertação da África.

Este dia recorda a luta pela independência do Continente Africano, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

A data é celebrada em vários países de África, um continente com maior número de países, etnias, povos e línguas e adversidades culturais.

A África apresenta 30.230.000 km² de extensão territorial, distribuídos em 54 países, sendo a Nigéria o mais populoso.

SR/ZS

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